A região de Cahors localiza-se entre Bergerac e Pirineus, ou
seja, entre a cordilheira responsável pela divisão da França e Espanha. É nessa
porção de terra, conhecida também como Gasconha, que está
a maior diversidade vitivinícola da França.
Oficializada em 1971, a denominação Cahors abrange apenas vinhos tintos. Os exemplares
brancos e rosés produzidos na região são reconhecidos como Vin de Pays (vinho
regional), isto é, são vinhos que não foram elaborados conforme as
regulamentações francesas, mas que ainda possuem um forte caráter regional e
terroir típico.
Conhecida também como “terra da Malbec”, chamada
tradicionalmente de Côt Noir ou Auxerrois, é possível encontrar em Cahors as
uvas Tannat, Negrette, Petit Manseng, Mauzac, Gros Manseng, entre outras. As
uvas tintas representam cerca de 80% da produção regional. A uva Malbec, protagonista da
região francesa, foi descoberta em Cahors por um húngaro chamado Malbek e,
posteriormente, seu nome foi adaptado para Malbec, utilizado até os dias de
hoje.
O vinho produzido com a uva Malbec, chamado de Cahors, ficou
conhecido como “vinho negro”, consequência da enorme concentração de sua cor,
proveniente de um processo em que se ferve uma parte do suco fermentado. Mesmo
produzido a partir de algumas das uvas mais tânicas, Malbec e Tannat, o vinho
Cahors caracteriza-se por ter taninos mais aveludados, oriundos das técnicas de
vinificação empregadas.
A legislação atual da região francesa denomina que o vinho
Cahors deva ser produzido com, pelo menos, 70% da uva Malbec, e em um blend
com, no máximo, 30% das castas Merlot ou Tannat. Tal exemplar apresenta uma
incrível vivacidade e um frescor marcante, e enquanto jovem, apresenta
colorações extremamente densas, quase negra. No entanto, o Cahors possui um
alto potencial de envelhecimento, suavizando, inclusive, a cor do vinho.
A apelação de origem do vinho Cahors é
considerada umas das mais fortes da França e, ainda assim, alguns enólogos da
região estão trabalhando com técnicas cada vez mais aperfeiçoadas, visando
atingir o ápice qualitativo. Seguindo esse conceito, com menores rendimentos
por hectare, envelhecimento de 16 meses, no mínimo, e prova de degustação
realizada por júri especializado, o vinho Cahors pode receber rótulos de Cahors
Excellence ou Charte de Qualité.